ARTUR SALGUEIRO
O tio Salgueiro, como é conhecido na Teixeira, nasceu em 1945 na aldeia de Prieira. Perdeu a mãe muito cedo, obrigando-o a ter de ir trabalhar com apenas 7 anos para as vindimas.
Desse tempo, nas quintas do Peso da Régua, recorda com bom humor os primeiros dias, após a roga da Teixeira ter despachado em um dia e meio a de Lamego, que duvidou das capacidades deles "a estes vendimámo-los nós bem".
Foi nesse mesmo ano, em 1952, que entrou para a escola da qual sairia seis anos depois, com 13 anos, pois, entre a primeira e a quarta classe, parou dois anos para ir novamente trabalhar para as vinhas. Como ainda diz, atualmente sempre que passa por essas quintas "aqui foi onde fiz a minha faculdade".
Seguiram-se trinta e sete meses no exército, "a melhor vida que eu passei". Fez a recruta em Vila Real, depois foi transferido para o Entroncamento e passou por Castelo Branco, estes três locais ao longo de sete meses. Terminou em Penamacor, onde esteve trinta meses.
Foi lá, em Penamacor, que conheceu António José Seguro, ainda ele era bebé. Recorda com carinho os pais dele, o senhor Domingos Seguro, a quem semanalmente ia pedir um papel para entregar no concelho diretivo, e a dona Maria do Céu, que trocava as fraldas ao filho numa pensão perto do quartel.
Apesar de uma infância onde passou muita "umbria", no seu tempo de militar, o capitão oferecia-lhe comida para trazer para casa, porém, como não gostava de fazer viagens muito carregado nunca aceitou.
Em 1971, emigrou para a Alemanha, onde ficou onze anos até regressar definitivamente para a sua aldeia natal, onde se dedicou à agricultura.
Atualmente, com 77 anos, a coluna já não permite grandes esforços no campo, mas após uma longa vida de trabalho também é merecido o descanso.