MANUELA COSTA

A dona Manuela nasceu em Álvaro, uma pequena povoação da Teixeira, no ano de 1949. Cresceu no seio de uma família trabalhadora, dedicada à agricultura.

Ainda era solteira quando a sua irmã, a dona Otília, foi viver para a aldeia vizinha, Sacões. Posteriormente, em 1968, também ela casou, com o senhor Manuel, porém, a Guerra Colonial manteve-os afastados durante três anos. Após o regresso do marido da Guiné, entregaram-se de corpo e alma na execução das fundações para a sua nova casa que ficou pronta a habitar no final de 1972, ano em que o seu marido emigrou para o Luxemburgo.

O árduo trabalho no campo repartia-se entre três povoações diferentes. Em Sacões, cultivava vários terrenos, principalmente para vender o que produzia. Em Álvaro, ajudava os pais na lavra e criação de gado. No Hospital, mantinha um pequeno rebanho de touros e alguma terra para plantação. Diariamente, eram muitos os quilómetros percorridos, obrigando-se a começar bem cedo o dia de trabalho.

No início deste século, perdeu o seu marido numa injusta batalha. Desde então, começou a deixar aos poucos as terras de velho, mantendo apenas o necessário para consumo familiar. Como já não tinha compromissos de maior responsabilidade, a partir de 2003 entrou para o coro da igreja, onde ainda se mantém, “faço-o por fé”.

A família sempre foi a sua grande preocupação, cuidou dos pais até ao último dia das suas vidas. Criou três filhos do qual se orgulha muito, ensinou-lhes a fazer sempre o bem, “não roubeis nem façais mal a ninguém, vivei sempre com o aquilo que é vosso, pois, o vosso trabalho é o importante”. Os netos são a sua grande alegria, embora alguns estejam longe, no coração da dona Manuela é como se estivessem sempre consigo.

Manuela Costa
Manuela Costa