ROSA BORGES
A dona Rosa nasceu na aldeia de Sacões na freguesia da Teixeira, em 1959. Ela sofre de surdez congénita desenvolvida durante o período de gestação, esta impossibilidade de ouvir prejudicou a sua fala enquanto criança.
A audição é um componente importante para a fala, através da informação que recebemos pelos ouvidos conseguimos replicá-la vocalmente e interiorizá-la. O filósofo Aristóteles acreditava que os surdos não conseguiam raciocinar ou aprender, visto que não podiam ouvir e consequentemente falar.
Porém, contrariou as adversidades da vida e ultrapassou-as como uma verdadeira guerreira. Impedida por esta limitação de frequentar a escola local, aos dez anos entrou para um colégio especializado em surdez e mudez, na cidade do Porto. Através da fonoaudiologia, uma área da saúde especializada no diagnóstico e tratamento de deficiências de comunicação, foi possível aprender a falar. Durante esses sete anos de terapia foram várias as vezes que pensou desistir e voltar para a sua família, contudo, manteve-se firme e mudou a sua vida.
Além da terapia, estudou e aprendeu algumas utilidades, principalmente o crochê que é um passatempo até então. Desde que regressou à sua aldeia dedicou-se à agricultura e com muito esforço assim continua. Como se diz popularmente “é pau para toda a obra”, além do trabalho cuida do pai, o senhor Artur, com noventa e três anos.
Ao longo da vida, a dona Rosa enfrentou vários desafios, em alguns deles seria mais fácil desistir do que lutar, porém, ultrapassou-os a todos demonstrando bem a mulher forte e corajosa que é. A sua valentia é um exemplo para todos de que não há impossíveis.